Fisioterapia Pré-Operatória
Fisioterapia Pré-Operatória
É comum as mulheres serem admitidas em um hospital, pelo menos um dia antes de uma grande cirurgia abdominal.
Para que o fisioterapeuta faça o melhor atendimento no pós-operatório, deve ser providenciada, pelo menos, uma sessão pré-operatória (avaliação, instrução e, quando necessário, um tratamento).
Precedida de avaliação minuciosa
Avaliação direcionada ao estado geral da paciente (estado físico geral, mobilidade geral, tórax, circulação, quaisquer problemas físicos e quaisquer preocupações especiais da paciente)
Conhecimento da cirurgia eleita, motivo e objetivo final
Conhecimento do quanto a paciente sabe sobre o motivo e objetivo da cirurgia
Objetivos gerais – evitar complicações circulatórias, respiratórias e diminuir o incômodo do pós-operatório
A paciente é instruída como proceder no pós, e, se necessário, já inicia-se o tratamento
O atendimento pré-operatório deve visar a melhora do estado físico, a manutenção dos pulmões bem ventilados e sem secreções e o ensinamento dos exercícios a serem utilizados no pós-operatório.
Objetivos nas Cirurgias Ginecológicas
- Preparar a paciente adequadamente para a cirurgia, através de orientações e de exercícios fisioterapêuticos;
Acelerar o processo de recuperação após a cirurgia;
Evitar complicações circulatórias;
Evitar encurtamentos, atrofias e contraturas musculares;
Prevenir complicações pulmonares pós-operatórias.
Condutas nas Cirurgias Ginecológicas
- Estimular a movimentação no leito e a independência;
- AVDs;
Estimular a deambulação precoce;
- Reduzir a dor;
- Manter força muscular e a amplitude de movimentos;
- Ensinar e orientar os exercícios para a região perineal;
- Promover relaxamento corporal;
Posicionamento adequado no leito;
- Melhorar mobilidade, flexibilidade, coordenação motora;
- Promover a reeducação postural;
- Promover a conscientização corporal.
Instrução e Preparo
A paciente deve ter uma impressão simples e correta do que vai ser feito;
A paciente deve entender os efeitos do anestésico geral; ser capaz de realizar respiração basal posterior, diafragmática e costal inferior lenta, relaxada e profunda em posição baixa semi-inclinada, sem usar os músculos acessórios; ser capaz de tossir com firmeza e sabendo como se posicionar e manter uma incisão durante a tosse.
Histerectomia
* É a retirada cirúrgica do útero; Realizada pela primeira em 1853; É uma das cirurgias ginecológicas mais realizadas nos serviços de todo o mundo; Entre janeiro de 2000 e setembro de 2002 foram realizadas no Brasil cerca de 300.000 histerectomias, das quais pouco mais de 22.000 por via vaginal (COSTA, 2003).
Histerectomia Vaginal
Em casos de prolapso uterino.
Associada a colporrafia (cirurgia para reparar a vagina) posterior ou anterior.
Em alguns casos de carcinoma “in situ” - operação de Schauta - histerectomia vaginal radical na qual os ovários, trompas, a maior parte da vagina e o tecido celular pélvico são também retirados, por via vaginal.
Complicações
Hematoma da abóbada vaginal, que pode tornar-se infectado;
Hemorragias, principalmente por escape de ligaduras e má hemostasia;
Infecções pelvianas (celulites).
Histerectomia Abdominal
# A maioria das histerectomias são realizadas no abdômen, via uma incisão de Pfannenstiel (linha de biquíni).
* Histerectomia abdominal total (HAT) = retirada do útero com a cérvix (POLDEN, 2005).
* Em casos de mioma do útero, adenomioses (presença de glândulas e estroma endometrial dentro do miométrio) e hemorragia disfuncional rebelde (SALVATORE, 1974).
Complicações
Infecções e hematomas decorrentes da insuficiente hemostasia;
Deiscência do fundo da vagina é rara quando praticada boa assepsia pré e pós-operatória e quando bem suturado o fundo da vagina (SALVATORE, 1974);
Lesão do ureter, fístulas uretero, vésico e retrovaginais (SALVATORE, 1974).
Histerectomia Subtotal
Retirada do corpo do útero, conservando-se a cérvix (colo), é praticada quando condições locais ou gerais (hemorragias, problemas de anestesia, acidentes, etc,) impedem a execução da histerectomia total;
Os resultados são bons. Tem a desvantagem de deixar o colo do útero, que é o local de maior incidência do câncer genital feminino (SALVATORE, 1974).
Histerectomia Subtotal
É definida como a retirada do útero, das Tubas de Falópio e dos ovários (POLDEN,2005).
Pode ser necessária em presença de doenças não malignas avançadas, como infecção crônica ou endometriose e em doença maligna dos ovários;
Histerectomia Subtotal
Os resultados e complicações são os mesmos da histerectomia total, acrescidos dos sintomas de castração nas pacientes não menopausadas (BARNES,1981).
Histerectomia de Wertheim
É feita somente no caso de carcinoma, e inclui a retirada do útero, das tubas de Falópio, ovários, a maior parte da vagina, os gânglios linfáticos pélvicos conjuntos e material pélvico celular de enchimento. Há um risco especial ao suprimento de sangue para os ureteres nesta grave operação(POLDEN,2005).
Histerectomia Extensa
É definida como a histerectomia total mais a retirada de uma parte da vagina, um gânglio linfático pode ser retirado para biopsia. Usada no caso de carcinoma que tenha se espalhado na cérvix e vagina.
Tratamento Fisioterapêutico
Atendimento Pré-Operatório:
Orientação sobre a cirurgia;
Exercícios de alongamento global
# Atendimento e aconselhamento Pós-Operatório
Objetivos :
1. Auxiliar a prevenção de complicações circulatórias e respiratórias;
2. Fortalecer os músculos do assoalho pélvico;
3. Ensinar a correção postural;
4. Aconselhar sobre os cuidados com as costas;
5. Aconselhar quanto à progressão das atividades até a função total;
Ooforectomia
É a retirada de todo o ovário, com ou sem a tuba uterina;
É indicada em casos de tumores que destruiram todo o tecido ovariano, em casos de infecções avançadas e de tumores malignos.
Salpingectomia
É a retirada da tuba de Falópio, unilateral ou bilateral, isso é raramente feito por iniciativa própria. É indicada em casos de gravidez tubária, ou quando uma certa quantidade de líquido retido (hidrossalpinge) ou pus (piossalpinge) acha-se dentro de uma tuba e em certos casos de salpingite crônica.
Vulvectomia
É a retirada da vulva. Dividida em vulvectomia simples, que está indicada nos casos de leucoplasia muito bem comprovada clinicamente e histopatologicamente, e vulvectomia radical, uma operação muito grave feita no caso de carcinoma da vulva, e inclui a retirada de todos os tecidos da vulva até o osso e a fáscia, junto com as glândulas inguinais superficiais e profundas, e as glândulas ligadas com os vasos ilíacos externos (POLDEN,2005).
Tratamento Fisioterapêutico
O papel do fisioterapeuta é o de ensinar à paciente exercícios de pouca atividade, simples, por um período de um ou dois dias. Respiração profunda e lenta; movimentos fortes e lentos com os pés, contrações estáticas e lentas dos músculos grandes, e movimentos suaves da cabeça e braços, tudo isso é possível, tendo-se cuidado. As secreções respiratórias devem ser retiradas por um “sopro” suave (expiração forçada), em lugar de tossir. Tais exercícios além de positivamente importantes, ajudam também a passar o tempo (POLDEN,2005).