Fisioterapia Pré-Operatória

28/03/2010 18:59

Fisioterapia Pré-Operatória

É comum as mulheres serem admitidas em um hospital, pelo menos um dia antes de uma grande cirurgia abdominal.

Para que o fisioterapeuta faça o melhor atendimento no pós-operatório, deve ser providenciada, pelo menos, uma sessão pré-operatória (avaliação, instrução e, quando necessário, um tratamento).

Precedida de avaliação minuciosa

Avaliação direcionada ao estado geral da paciente (estado físico geral,  mobilidade geral,  tórax, circulação, quaisquer problemas físicos e quaisquer preocupações especiais da paciente)

Conhecimento da cirurgia eleita, motivo e objetivo final

Conhecimento do quanto a paciente sabe sobre o motivo e objetivo da cirurgia

Objetivos gerais – evitar complicações circulatórias, respiratórias e diminuir o incômodo do pós-operatório

A paciente é instruída como proceder no pós, e, se necessário, já inicia-se o tratamento

O atendimento pré-operatório deve visar a melhora do estado físico, a manutenção dos pulmões bem ventilados e sem secreções e o ensinamento dos exercícios a serem utilizados no pós-operatório.

Objetivos nas Cirurgias Ginecológicas

-        Preparar a paciente adequadamente para a cirurgia, através de orientações e de exercícios fisioterapêuticos;

Acelerar o processo de recuperação após a cirurgia;

Evitar complicações circulatórias;

Evitar encurtamentos, atrofias e contraturas musculares;

Prevenir complicações pulmonares pós-operatórias.

 

Condutas nas Cirurgias Ginecológicas

-          Estimular a movimentação no leito e a independência;

-          AVDs;

Estimular a deambulação precoce;

-          Reduzir a dor;

-          Manter força muscular e a amplitude de movimentos;

-          Ensinar e orientar os exercícios para a  região perineal;

-          Promover relaxamento corporal;

Posicionamento adequado no leito;

-          Melhorar mobilidade, flexibilidade, coordenação motora;

-          Promover a reeducação postural;

-          Promover a conscientização corporal.

 

Instrução e Preparo

 

A paciente deve ter uma impressão simples e correta do que vai ser feito;

A paciente deve entender os efeitos do anestésico geral; ser capaz de realizar respiração basal posterior, diafragmática e costal inferior lenta, relaxada e profunda em posição baixa semi-inclinada,  sem usar os músculos acessórios; ser capaz de tossir com firmeza e sabendo como se posicionar e manter uma incisão durante a tosse.

 

Histerectomia

*       É a retirada cirúrgica do útero; Realizada pela primeira em 1853; É uma das cirurgias ginecológicas mais realizadas nos serviços de todo o mundo;  Entre janeiro de 2000 e setembro de 2002 foram realizadas no Brasil cerca de 300.000 histerectomias, das quais pouco mais de 22.000 por via vaginal (COSTA, 2003).

 

Histerectomia Vaginal

Em casos de prolapso uterino.

Associada a colporrafia (cirurgia para reparar a vagina) posterior ou anterior.

Em alguns casos de carcinoma “in situ” - operação de Schauta - histerectomia vaginal radical na qual os ovários, trompas, a maior parte da vagina e o tecido celular pélvico são também retirados, por via vaginal.

 

Complicações

Hematoma da abóbada vaginal, que pode tornar-se infectado;

Hemorragias, principalmente por escape de ligaduras e má hemostasia;

Infecções pelvianas (celulites).

 

Histerectomia Abdominal

#          A maioria das histerectomias são realizadas no abdômen, via uma incisão de Pfannenstiel (linha de biquíni).

*          Histerectomia abdominal total (HAT) = retirada do útero com a cérvix (POLDEN, 2005).

*          Em casos de mioma do útero, adenomioses (presença de glândulas e estroma endometrial dentro do miométrio) e hemorragia disfuncional rebelde (SALVATORE, 1974).

 

Complicações

Infecções e hematomas decorrentes da insuficiente hemostasia;

 Deiscência do fundo da vagina é rara quando praticada boa assepsia pré e pós-operatória e quando bem suturado o fundo da vagina (SALVATORE, 1974);

Lesão do ureter, fístulas uretero, vésico e retrovaginais  (SALVATORE, 1974).

 

Histerectomia Subtotal

Retirada do corpo do útero, conservando-se a cérvix (colo), é praticada quando condições locais ou gerais (hemorragias, problemas de anestesia, acidentes, etc,) impedem a execução da histerectomia total;

Os resultados são bons. Tem a desvantagem de deixar o colo do útero, que é o local de maior incidência do câncer genital feminino (SALVATORE, 1974). 

 

Histerectomia Subtotal

É definida como a retirada do útero, das Tubas de Falópio e dos ovários (POLDEN,2005).

Pode ser necessária em presença de doenças não malignas avançadas, como infecção crônica ou endometriose e em doença maligna dos ovários;

 

Histerectomia Subtotal

Os resultados e complicações são os mesmos da histerectomia total, acrescidos dos sintomas de castração nas pacientes não menopausadas (BARNES,1981).

 

Histerectomia de Wertheim

É feita somente no caso de carcinoma, e inclui a retirada do útero, das tubas de Falópio, ovários, a maior parte da vagina, os gânglios linfáticos pélvicos conjuntos e material pélvico celular de enchimento. Há um risco especial ao suprimento de sangue para os ureteres nesta grave operação(POLDEN,2005).

 

Histerectomia Extensa

É definida como a histerectomia total mais a retirada de uma parte da vagina, um gânglio linfático pode ser retirado para biopsia. Usada no caso de carcinoma que tenha se espalhado na cérvix e vagina.

 

Tratamento Fisioterapêutico

Atendimento Pré-Operatório:

Orientação sobre a cirurgia;

Exercícios de alongamento global

 

# Atendimento e aconselhamento Pós-Operatório

Objetivos :

1. Auxiliar a prevenção de complicações circulatórias e respiratórias;

2.  Fortalecer os músculos do assoalho pélvico;

3.  Ensinar a correção postural;

4. Aconselhar sobre os cuidados com as costas;

5. Aconselhar quanto à progressão das atividades até a função total;

 

Ooforectomia

É a retirada de todo o ovário, com ou sem a tuba uterina;

É indicada em casos de tumores que destruiram todo o tecido ovariano, em casos de infecções avançadas e de tumores malignos.

 

Salpingectomia

É a retirada da tuba de Falópio, unilateral ou bilateral, isso é raramente feito por iniciativa própria. É indicada em casos de gravidez tubária, ou quando uma certa quantidade de líquido retido (hidrossalpinge) ou pus (piossalpinge) acha-se dentro de uma tuba e em certos casos de salpingite crônica.

 

 

Vulvectomia

É a retirada da vulva. Dividida em vulvectomia simples, que está indicada nos casos de leucoplasia muito bem comprovada clinicamente e histopatologicamente, e vulvectomia radical, uma operação muito grave feita no caso de carcinoma da vulva, e inclui a retirada de todos os tecidos da vulva até o osso e a fáscia, junto com as glândulas inguinais superficiais e profundas, e as glândulas ligadas com os vasos ilíacos externos (POLDEN,2005).

 

 

Tratamento Fisioterapêutico

O papel do fisioterapeuta é o de ensinar à paciente exercícios de pouca atividade, simples, por um período de um ou dois dias. Respiração profunda e lenta; movimentos fortes e lentos com os pés, contrações estáticas e lentas dos músculos grandes, e movimentos suaves da cabeça e braços, tudo isso é possível, tendo-se cuidado. As secreções respiratórias devem ser retiradas por um “sopro” suave (expiração forçada), em lugar de tossir. Tais exercícios além de positivamente importantes, ajudam também a passar o tempo (POLDEN,2005).