DESLOCAMENTOS PÉLVICOS E FISIOTERAPIA APLICADA
DESLOCAMENTOS PÉLVICOS
A sustentação dos órgãos – uretra, bexiga, vagina e reto – dentro da cavidade pélvica é feita principalmente pela musculatura elevadora do ânus e pela musculatura coccígea e suas fáscias.
Nas mulheres, a presença dos orifícios da uretra, da vagina e do reto, provoca uma falha nessa musculatura que propicia a ocorrência de prolapsos dos órgãos pélvicos.
O prolapso é mais frequente no canal vaginal, região com menos fibras musculares e cujo tecido é mais sujeito a rupturas.
Órgão mais acometido é a bexiga, pela fraqueza dos elementos que a fixam à pelve. O prolapso pode incidir em três compartimentos: no compartimento anterior (descem a uretra e a bexiga), no médio (desce o útero) e no posterior (desce o reto).
Prolapso genital = a mais importante causa é o aumento da pressão intrabdominal durante a gravidez e no trabalho de parto, porque a passagem do bebê provoca alterações no assoalho pélvico (rupturas nos músculos que sustentam os órgãos da cavidade pélvica).
Prolapso da parede vaginal anterior - Uretrocele (prolapso da uretra)
Quando a uretra desliza fora do lugar, empurra também de encontro à parte dianteira da parede vaginal, mas empurra para baixo, perto da abertura da vagina.
ENTEROCELE - Parte do intestino pode deslizar para baixo entre o reto e a parede posterior da vagina.
RETOCELE - Ocorre quando a extremidade do reto perde a sustentação e protrai na parede posterior da vagina.
O prolapso genital é causado pela fraqueza dos músculos do assoalho pélvico (MAP), é possível prevenir mantendo estes músculos fortalecidos, a partir dos exercícios específicos.
Tratamento é eminentemente cirúrgico, onde é feita uma incisão nos MAP e o órgão reposicionado na cavidade pélvica. Reincidência = 60% dos casos.
A cirurgia visa à correção total do defeito do assoalho pélvico no compartimento anterior, médio e posterior.
O prolapso vaginal resulta, na maioria das vezes, do estiramento dos ligamentos uterossacrais externos à vagina, em mulheres que foram submetidas a histerectomia.
Pacientes sem condição cirúrgica = tratamentos paliativos = uso de aparelhos intravaginais (risco de ferimentos na mucosa e infecções) e apenas exercícios.
CISTOCELE – FATORES DE RISCO
• Hereditários (defeito no tecido conjuntivo por causa genética)
• Alterações anatômicas e do tecido conjuntivo por defeitos ou lesões nos ligamentos suspensórios ou nas fáscias
• Aumento da pressão abdominal (levantamento de peso repetidamente) e o trauma cirúrgico levando a um desenvolvimento da cistocele por outro compartimento operado.
• Mulheres com filhos (quanto maior o número de partos, independente se cesáreos ou normais, maior a descida vesical)
• Obesidade
• Período de menopausa, pois ocorre uma diminuição da vascularização e de hormônios tornando fracos os MAP
• Incidência entre 10% a 15% das mulheres - 25% têm casos de incontinência urinária
SINAIS E SINTOMAS
• Dor em regiões profundas da vagina, principalmente durante o dia.
• A mulher tem a sensação de “algo descendo” ou “puxando para baixo”.
• Nos casos mais graves, a bexiga se projeta para fora do assoalho necessitando de tratamento cirúrgico.
• As pacientes se queixam com frequência de esvaziamento incompleto da bexiga, que predispõe a infecção.
• Incontinência de urina do tipo por esforço.
• Dispareunia.
• COMPLICAÇÃO = CISTITE
DIAGNÓSTICO
Inspeção
Exame Físico
Exames Complementares
CLASSIFICAÇÃO DE BADEN
CISTOCELE /RETOCELE
GRAU O = Normal
GRAUI = procidência da parede vaginal alcança a meia distância entre o normal e a carúncula himenal
GRAU II = a protusão atinge a carúncula himenal
GRAU III = a protusão ultrapassa parcialmente a carúncula himenal
GRAU IV = a protusão ultrapassa totalmente a carúncula himenal
OBS.: III e IV tratamento cirúrgico
ROTURA PERINEAL
GRAU O = Normal
GRAUI = rotura atinge pele e mucosa
GRAU II = rotura se estende para os músculos perineais
GRAU III = rotura atinge o esfincter anal
GRAU IV = rotura atinge todas as estruturas, inclusive mucosa retal
OBS.: III e IV tratamento cirúrgico
FISIOTERAPIA NA CISTOCELE
O tratamento na cistocele pode ser cirúrgico (grau 3 e 4) ou conservador, evitando a queda total da bexiga através do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico .
OBJETIVOS
Fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico
· Reeducação da bexiga
· Melhora da auto-estima
· Melhora da qualidade de vida do paciente
. Intervir no pré e pós operatório, quando for necessário o tratamento cirúrgico