DESLOCAMENTOS PÉLVICOS E FISIOTERAPIA APLICADA

28/03/2010 18:49

DESLOCAMENTOS PÉLVICOS

A sustentação dos órgãos – uretra, bexiga, vagina e reto – dentro da cavidade pélvica é feita principalmente pela musculatura elevadora do ânus e pela musculatura coccígea e suas fáscias.

Nas mulheres, a presença dos orifícios da uretra, da vagina e do reto, provoca uma falha nessa musculatura que propicia a ocorrência de prolapsos dos órgãos pélvicos.

O prolapso é mais frequente no canal vaginal, região com menos fibras musculares e cujo tecido é mais sujeito a rupturas.

Órgão mais acometido é a bexiga, pela fraqueza dos elementos que a fixam à pelve. O prolapso pode incidir em três compartimentos: no compartimento anterior (descem a uretra e a bexiga), no médio (desce o útero) e no posterior (desce o reto).

Prolapso genital = a mais importante causa é o aumento da pressão intrabdominal durante a gravidez e no trabalho de parto, porque a passagem do bebê provoca alterações no assoalho pélvico (rupturas nos músculos que sustentam os órgãos da cavidade pélvica).

Prolapso da parede vaginal anterior - Uretrocele (prolapso da uretra)

Quando a uretra desliza fora do lugar, empurra também de encontro à parte dianteira da parede vaginal, mas empurra para baixo, perto da abertura da vagina.

ENTEROCELE - Parte do intestino pode deslizar para baixo entre o reto e a parede posterior da vagina.

RETOCELE - Ocorre quando a extremidade do reto perde a sustentação e protrai na parede posterior da vagina.

O prolapso genital é causado pela fraqueza dos músculos do assoalho pélvico (MAP), é possível prevenir mantendo estes músculos fortalecidos, a partir dos exercícios específicos.

Tratamento é eminentemente cirúrgico, onde é feita uma incisão nos MAP e o órgão reposicionado na cavidade pélvica.           Reincidência = 60% dos casos.

A cirurgia visa à correção total do defeito do assoalho pélvico no compartimento anterior, médio e posterior.

O prolapso vaginal resulta, na maioria das vezes, do estiramento dos ligamentos uterossacrais externos à vagina, em mulheres que foram submetidas a histerectomia.

Pacientes sem condição cirúrgica = tratamentos paliativos = uso de aparelhos intravaginais (risco de ferimentos na mucosa e infecções) e apenas exercícios.

CISTOCELE – FATORES DE RISCO

         Hereditários (defeito no tecido  conjuntivo por causa genética)

         Alterações anatômicas e do tecido conjuntivo por defeitos ou lesões nos ligamentos suspensórios  ou nas fáscias

         Aumento da pressão abdominal (levantamento de peso repetidamente) e o trauma cirúrgico levando a um desenvolvimento da cistocele por outro compartimento operado.

         Mulheres com filhos (quanto maior o número de partos, independente se cesáreos ou normais, maior a descida vesical)

         Obesidade

         Período de menopausa, pois ocorre uma diminuição da vascularização e de hormônios tornando fracos os MAP

         Incidência entre  10% a 15% das mulheres -  25% têm casos de incontinência urinária

SINAIS E SINTOMAS

         Dor em regiões profundas da vagina, principalmente durante  o dia.

         A mulher tem a sensação de “algo descendo” ou “puxando para baixo”.

         Nos casos mais graves, a bexiga se projeta para fora do assoalho necessitando de tratamento cirúrgico.

         As pacientes se queixam com frequência de esvaziamento incompleto da bexiga, que predispõe a infecção.

         Incontinência de urina do tipo por esforço.

         Dispareunia.

         COMPLICAÇÃO = CISTITE

 

DIAGNÓSTICO

Inspeção

 Exame Físico

 Exames Complementares

CLASSIFICAÇÃO DE BADEN

CISTOCELE /RETOCELE

GRAU O = Normal

GRAUI = procidência da parede vaginal alcança a meia distância entre o normal e a carúncula himenal

GRAU II = a protusão atinge a carúncula himenal

GRAU III = a protusão ultrapassa parcialmente a carúncula himenal

GRAU IV = a protusão ultrapassa totalmente a carúncula himenal

OBS.: III e IV tratamento cirúrgico

ROTURA PERINEAL

GRAU O = Normal

GRAUI = rotura atinge pele e mucosa

GRAU II = rotura se estende para os músculos perineais

GRAU III = rotura atinge o esfincter anal

GRAU IV = rotura atinge todas as estruturas, inclusive mucosa retal

OBS.: III e IV tratamento cirúrgico

            FISIOTERAPIA NA CISTOCELE

O tratamento na cistocele pode ser cirúrgico (grau 3 e 4) ou conservador, evitando a queda total da bexiga através do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico .

OBJETIVOS

Fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico

· Reeducação da bexiga

· Melhora da auto-estima

· Melhora da qualidade de vida do paciente

. Intervir no pré e pós operatório, quando for necessário o  tratamento cirúrgico