PESQUISA DA PERDA URINÁRIA

28/03/2010 19:05

PESQUISA DA PERDA URINÁRIA

Examinar em ortostatismo e posição ginecológica através da manobra de esforço ou tosse.  Bexiga confortavelmente cheia  ocorre saída de urina pela uretra de modo sincrônico ao esforço  descarta incontinência urinária extra-uretral como fístulas genito-urinárias.  Volume difere no ortostatismo ao deitado  incontinência vesical.

PAD TEST

Em 1983 – Sociedade Internacional de Continência recomendou o teste com duração de 1 hora;

A paciente deve esvaziar a bexiga antes do teste;

Pesar anteriormente o absorvente (em balança de precisão) e colocá-lo junto ao meato uretral externo da paciente.  Esta deve ingerir 500 ml de líquido sem sódio em curto período de tempo (15 minutos), sempre sentada; Nos primeiros 30 minutos a paciente anda, sobe e desce lance de escada, se movimenta; Durante o restante do tempo a paciente deve praticar as seguintes atividades:

Levantar da posição sentada por 10 vezes;

Tossir vigorosamente por 10 vezes;

Correr no mesmo lugar por 1 minuto;

Agachar-se para pegar um pequeno objeto por 5 vezes;

Lavar as mãos em água corrente por 1 minuto.

 No final de 1 hora o protetor é removido e pesado. Considera-se oscilações de peso maiores que um grama como incontinência urinária. Usado também para avaliar a evolução da paciente.

ESTUDO URODINÂMICO

Pode não definir totalmente o tipo de incontinência;

Permite avaliar as funções de armazenamento e esvaziamento do trato urinário inferior;

Composto basicamente pela FLUXOMETRIA, CISTOMETRIA e PERFIL PROVISÓRIO URETRAL e pode ser complementado pelo ESTUDO FLUXO-PRESSÃO

FLUXOMETRIA

Mede e registra o fluxo urinário durante o esvaziamento vesical;

Paciente com a bexiga confortavelmente cheia deve urinar na cadeira de fluxometria;

O peso do fluido é eletronicamente convertido para uma curva do fluxo urinário com os seguintes parâmetros:

Volume urinário = total do fluido eliminado (ML)

Fluxo urinário = volume de fluido expelido pela uretra na unidade de tempo (ML/s) contínuo ou intermitente

Fluxo máximo = maior valor de fluxo medido.  Normal acima de 15 ml/s para um volume urinário maior que 150ml

Fluxo médio = volume total urinado dividido pelo tempo de fluxo. Geralmente é a metade do fluxo máximo.

Tempo de fluxo = tempo em segundos que ocorre o fluxo

Tempo de fluxo máximo = tempo decorrido desde o início da micção até o fluxo máximo. Corresponde a 1/3 do tempo do fluxo

Tempo de micção = tempo total de micção, incluindo as interrupções no caso de fluxo intermitente.  Quando o fluxo é contínuo, o tempo de micção é igual ao tempo de fluxo.

CURVA NORMAL CLÁSSICA = contínua, suave, em forma de sino, com volume urinado variando entre 150 a 400ml, com tempo de micção de 10 a 35 s e fluxo máximo de 15 a 30ml/s

CURVA ALTERADA = fluxo máximo baixo com tempo de micção elevado e resíduo pós miccional também elevado.  Espera-se como resultados: QUADRO OBSTRUTIVO e/ou HIPOCONTRATILIDADE DO MÚSCULO DETRUSOR (BEXIGAS FLÁCIDA), então solicita-se estudo fluxo-pressão, após a CISTOMETRIA

No sexo masculino, os limites mínimos de fluxo admitidos como normais para um volume miccional de pelo menos 200ml são:

Homens com menos de 40 anos > 22ml/s

Homens entre 40 e 60 anos > 18ml/s

Homens com mais de 60 anos > 13ml/s

Deve-se cruzar dados da Urodinâmica e da pesquisa clínica para definir o tipo de I.U.

CISTOMETRIA

Avalia a função de enchimento e armazenamento de urina na bexiga;

Avalia a sensibilidade e a capacidade vesical;

Avalia as contrações involuntárias do músculo detrusor e a complacência (relação pressão-volume);

Diferencia a urge-incontinência

PARÂMETROS

Resíduo pós-miccional = volume de urina remanescente na bexiga, imediatamente após uma micção voluntária

ADEQUADO = < 50ml e esvaziamento

INADEQUADO = > 200ml

Primeiro desejo miccional

NORMAL = 50 a 200ml

Forte desejo miccional = desejo persistente de urinar, sem receio de perder urina

Urgência miccional = vontade extrema de urinar com dor e medo de perder urina

Contração não inibida do detrusor = quando há aumento na pressão vesical (>15cmH2O ou se menor, acompanhada de perda de urina) não acompanhada de aumento da pressão abdominal.  Indica bexiga instável (idiopática por instabilidade do detrusor ou de causa neurológica por hiperreflexia do detrusor)

Capacidade vesical funcional = é o volume infundido mais o volume residual da urina

NORMAL = 300 a 500ml

Complacência vesical =  é a capacidade de expansão da parede da bexiga com mínimas alterações na pressão intravesical.  É calculada pela divisão da variação do volume e variação da pressão (em ml/cmH2O)

Pressão abdominal de perda ou Valsalva Leak Point Pressure (VLPP) = é a menor pressão abdominal ou vesical, realizada com a manobra de Valsalva, que cause perda urinária na ausência de contração não inibida.  Este é um parâmetro de definição se I.U.E. ou I.U.U.

< 60 cmH2O = defeito esfincteriano intrínseco

> 90cmH2O = incontinência urinária de esforço com bom mecanismo esfincteriano uretral.

ESTUDO FLUXO-PRESSÃO

Medida de pressão vesical e abdominal

É realizado após a cistometria e requer:

Fluxômetro

Cateter na bexiga (medir pressão do detrusor)

Cateter retal ou vaginal (medir pressão intra-abdominal)

Se pressão do detrusor elevada (>50cmH2O) + fluxo máximo baixo  OBSTRUÇÃO

Se fluxo máximo e pressão do detrusor baixa  DETRUSOR HIPOCONTRÁTIL