AFECÇÕES GINECOLÓGICAS

28/03/2010 18:52

AFECÇÕES GINECOLÓGICAS

Vulvite e vaginite - a vagina torna-se infectada por um certo número de organismos semelhantes àqueles encontrados na vulva.

A “eliminação vaginal”, o prurido e a ardência são sintomas de que as mulheres se queixam.

Ex: candida albicans, thichomonas vaginalis, neisseria gonorrhoae e gadnerella vaginalis

CERVICITE - Uma das causas de corrimento vaginal é a doença do colo do útero também chamada de CERVICITE. É uma irritação do colo do útero provocada por um número de organismos diferentes. 
Causas comuns são a gonorréia, herpes, clamidia e infecções bacterianas.
Existem também cervicites crônicas comuns nas mulheres depois do parto. É associada freqüentemente com a gravidez e o uso de contraceptivos orais.   A cervicite pode ser causada por sensibilidade a determinados produtos químicos, incluindo aqueles nos espermicidas, no látex das camisinhas e nos tampões vaginais

ENDOMETRIOSE - Acomete mulheres em idade reprodutiva.

Consiste na presença de endométrio (camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação) em locais fora do útero. É uma inflamação dos órgãos pélvicos   ( tubas, ovários, parede pélvica)

Locais mais comuns: Fundo de Saco de Douglas ( atrás do útero ), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto ), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga, e parede da pélvis.

Principal sintoma é a dor, as vezes muito forte, na época da menstruação. Dispareunia também é comum.

Endometriose (Dor Pélvica Crônica) é definida como dor localizada na região pélvica não associada à menstruação, por pelo menos três meses consecutivos, ou dor associada à menstruação por seis meses ou mais. É um sintoma que acomete muitas mulheres e requer investigação cuidadosa e detalhada.

Existem muitas causas deste tipo de dor e sua elucidação depende de uma relação médico - paciente bastante franca, exame físico bem detalhado e exames específicos.

Algumas causas físicas de dor pélvica são:

Infecções: do colo do útero, intra-uterinas ou tubas uterinas

Tumores: Cistos de ovário, dilatação de tubas, miomas

Aderências: que resultam de infecções, endometriose ou cirurgias pélvicas prévias

Causas Intestinais: inflamação da parede intestinal, infecções, doença diverticular, constipação crônica

Urinárias: Infecções do trato urinário, cálculos de bexiga

Parede Abdominal: Hérnias, distensão muscular do abdôme, inflamações do músculo

Sempre afastar causas físicas da dor pélvica, pois  somatizações e tensões do dia-a-dia, muitas vezes colocadas como causas psicológicas, porém mal explanadas pelo ginecologista,  também podem ser o motivo da dor.

“Menstruação retrógrada“, ou seja, parte do sangue menstrual reflui pelas tubas para dentro da pelve. Isso acontece em pequenas quantidades e o próprio organismo encarrega-se de absorver este sangue. Porém  junto com esse sangue estão células do endométrio. Elas podem aderir-se à parede das tubas, da pelve ou aos ovários e aí desencadeiam a endometriose.

Principais sintomas são: dor pélvica fora do período menstrual acompanhada ou não de sangramento vaginal, cólicas menstruais intensas, dor às relações sexuais, dor às evacuações, infertilidade.

Algumas  mulheres não sentem nada, apenas têm dificuldade em engravidar. Porém, ter endometriose não é sinônimo de infertilidade, muitas mulheres engravidam normalmente. Cerca de 30 a 40 % das mulheres têm dificuldade em engravidar.

Há diversas teorias sobre as causas. Há evidências de doença genética ou doença do sistema de defesa.

Sabe-se que as células do endométrio podem ser encontradas no líquido peritoneal em volta do útero em grande parte das mulheres.

Estima-se que 6 a 7 % das mulheres tenham endometriose.

A endometriose foi classificada em graus de I a IV. Estes graus não refletem obrigatoriamente a gravidade da doença ou suas chances de tratamento. Muitas vezes uma endometriose grau I é pior, em termos de fertilidade e sintomas, que uma de grau IV.

O diagnóstico é através da história clínica, ultra-som endovaginal na época da menstruação, exame ginecológico, e exames de laboratório. Sua confirmação é através do exame anatomopatológico da lesão, ou biópsia (laparoscopia).

Laparoscopia = exame e manipulação da cavidade abdominal através de instrumentos de ótica e/ou vídeo, instrumentos cirúrgicos delicados que são introduzidos através de pequenos orifícios no abdome. É um procedimento cirúrgico realizado com anestesia geral.

Atualmente não há cura, porém a dor e os sintomas dessa doença podem ser diminuídos.

As principais metas do tratamento são:

Aliviar ou reduzir a dor.
Diminuir o tamanho dos implantes.

Reverter ou limitar a progressão da doença.
Preservar ou restaurar a fertilidade.
Evitar ou adiar a recorrência da doença.

Tratamento é fundamental, pois é evolutiva.

O tratamento cirúrgico = laparotomia ou laparoscopia.

Destruição dos implantes de endometriose por coagulação à laser, vaporização de alta freqüência, ou bisturi elétrico.

Cirurgias repetidas = aumentam a chance de aderências peritoneais.

Tratamento clínico = formas brandas em mulheres que não pretendem engravidar Þ anticoncepcionais orais ou injetáveis.

                                 = mulheres que pretendem engravidar Þ cirurgia e tratamento hormonal ou tratamento hormonal e depois cirurgia. Casos muito severos a gravidez só será possível através de técnicas de fertilização assistida e inseminação artificial.

Drogas usadas = Danazol, Lupron, Synarel, Zoladex, Depo-Provera, e Neo-Decapeptil.

HPV

É um vírus transmitido pelo contato sexual que afeta a área genital tanto de homens como de mulheres.
O HPV é uma família de vírus com mais de 80 tipos. Enquanto alguns deles causam apenas verrugas comuns no corpo, outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, se transformam em câncer de colo uterino.
Uma das características desse vírus é que ele pode ficar instalado no corpo por muito tempo sem se manifestar, entrando em ação em determinadas situações como na gravidez ou numa fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada.

Na maior parte das vezes a infecção pelo HPV não apresenta sintomas. A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo.
Geralmente, esta infecção não resulta em câncer, mas é comprovado que 99% das mulheres que têm câncer do colo uterino, foram antes infectadas por este vírus. No Brasil, cerca de 7.000 mulheres morrem anualmente por esse tipo de tumor.

Em seus estágios iniciais as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em cerca de 90% dos casos, impedindo que a paciente tenha maiores complicações no futuro. Portanto, a melhor arma contra o HPV é a prevenção através do diagnóstico precoce.